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Deus mora nos detalhes.

Desconheço a autoria dessa frase, mas reconheço a importância que ela tem para mim. Para encontrar Deus dessa forma, basta compreender bem quem está usando os seus olhos para procurá-lo.



Buda selecionou quatro emoções que considerava divinas, são chamadas de Brahmavihārā, termo em sânscrito que quer dizer “moradas divinas”, porque é nesses sentimentos que podemos encontrar o divino, acredito que também é através desses sentimentos que encontramos a nossa própria divindade.


A primeira dessas emoções é chamada boa vontade, a segunda é a compaixão. A terceira é uma palavra para a qual não temos uma boa tradução, em sânscrito é muditā, a capacidade do ser humano se alegrar com o próprio sucesso e com o sucesso dos outros também conhecido como regozijo, é uma alegria altruísta. A quarta é upekkhā, que significa “equanimidade”.


Equanimidade é uma emoção capaz de nos ajudar a compreender todas as coisas, tudo está como deve estar, tudo como deveria ser. Esse sentimento de aceitação não serve para nos colocar na posição de vítimas, muito pelo contrário, aceitando como as coisas são, estou atenta e desperta. Meditar em equanimidade é observar os pensamentos e a sua natureza comum, que é a impermanência, e não se apegar a eles. E para que isso serve quando estamos vivendo um caos? Nós aprendemos na quietude para lembrar na hora da tempestade.


São os detalhes que me encantam. A mim me parece que as formas mais refinadas de felicidade são aquelas caracterizadas pela ausência de coisas, e não pela presença delas. Ultimamente, tenho sido presenteada em ver Deus no zelador que me ajuda pintando as prateleiras por pura boa-vontade, nas mensagens que chegam convidando “vem dormir aqui em casa!”, e até no cabide de roupas que uma amiga me deu com tanto amor. Além do apoio incondicional que meus pais me proporcionam, revelando um amor transbordante.

Vejo Deus cada vez que começo uma aula, todas e todos Deuses sentados a minha frente esperando para me ensinar. Vejo Deus em cada alimento que como, e no vibrar das narinas quando o ar entra e sai.


Viver observando Deus nos detalhes tem me mostrado que o Universo opera de acordo com o seguinte princípio: “Você vai saber o que precisa saber quando precisar saber” (Adyashanti). Com que intensidade estamos dispostos a ter mais abertura, leveza? Quanto de honestidade existe na determinação de realmente confiar na vida?

 
 
 

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