top of page
Buscar

Quando tudo se desfaz...


Esse é o título de um livro de Pema Chodron, uma monja budista, que nos guia pelas intricadas veredas da impermanência e da aceitação.


As suas palavras deslizam como um rio tranquilo, e nos convidam a encarar as dores e desilusões com uma mente desperta e um coração valente.

A cada desmoronamento, sua serenidade sussurra e acolhe: "Tudo bem, você pode ficar aqui", e nesse lugar de vulnerabilidade, somos convidados a renascer em vida.


Esse ano tem sido especialmente desafiador por aqui, e o fato é que falar de impermanência é muito mais fácil do que simplesmente vivê-la. Quando tudo se desfaz, nos encontramos à beira de nós mesmos (se é que temos beira, ou borda), e assim é a vida, não sabemos de nada, não temos controle de nada.


Tenho olhado para o céu e visto como é imenso, olho para o vapor que sobe dos cafés que tomo, o tempo as vezes some, não há pensamento, não há nada, apenas uma quietude profunda e ilimitada.

Sinto falta de compartilhar esses devaneios, mas você já deve ter notado que o meu Instagram saiu do ar, foi hackeado enquanto eu trabalhava em um retiro durante o mês de julho, e dois meses depois ainda não consegui recuperar a conta. Enquanto isso, uma mudança de casa apareceu, a moto já foi apreendida e o meu sono tem se mostrado cada vez mais escasso.


Como manter um estado de presença e paz em meio ao caos? Sinto muito mas não tenho uma receita para escrever para você, mas posso compartilhar que viver o Yoga e estudar os ensinamentos budistas me ensinam talvez a maior lição de todas: aprender a lidar com a minha mente.

Como disse Pema Chodron: "(...)a jornada espiritual envolver ir além da esperança e do medo, caminhar em território desconhecido e mover-se sempre para a frente.", e com um pouco de astúcia que me cabe, eu acrescentaria as palavras dela, mover-se PARA CIMA.


Entrar em contato com a respiração, e deixá-la ir. Ser uma com a respiração à medida que se relaxa na exalação. Estar aberta e relaxar. Deixar fluir. Existe um espaço interno em que não há nada para se concentrar, e a medida que tudo se desfaz, podemos treinar conscientemente a suavidade e o desenvolvimento de uma atitude isenta de julgamento.

Nunca é tarde ou cedo demais para observar a própria mente.




 
 
 

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating

© 2024. Marina Linhares. Todos os direitos reservados. 

bottom of page